Por Dr. Marcio Rogério Renzo
O final do ano chegou e com
ele as tão aguardadas férias e confraternizações com amigos e familiares. As
famílias reunidas e os destinos preferidos delas são as praias, clubes,
pousadas e chácaras à beira d’água.
São muitas comidas,
bebidas, risadas e momentos que nos acompanharão por toda a vida. Mas nem
sempre essas lembranças podem ser boas, pois com as festividades que quase
sempre são regadas às bebidas alcoólicas, vem também acompanhada da negligência
de muitas pessoas.
Segundo o Corpo de
Bombeiros do Estado de São Paulo, apesar de nos últimos três anos ter havido
uma redução no número de ocorrências envolvendo pessoas que tiveram que ser
resgatadas; o número ainda está longe de ser aceitável por nós, pois a cada
vida que se perde ou fica com sequelas, são famílias inteiras que são
afetadas.
Para ilustrar como os
números ainda são elevados, somente em 2022 foram atendidas pelo Corpo de
Bombeiros, no interior do Estado e região metropolitana da Capital, 728
ocorrências envolvendo o meio aquático. Já na região litorânea foram 1707
ocorrências computadas até o mês de outubro.
Nos últimos anos, as
campanhas educativas feitas pela Instituição têm sido intensificadas e este é o
principal ponto desta redução, mas não cabe apenas ao Corpo de Bombeiros o
empenho, todos nós devemos fazer nossa parte.
Mas se aconteceu. O que
fazer?
Se a pessoa foi retirada da
água, veja se a vítima tem respiração e acione, através do telefone 193 (Corpo
de Bombeiros) ou 192 (SAMU) o auxílio de profissionais qualificados para ajudar
se identificando e informando o local exato e as condições da vítima.
Quando a pessoa não estiver
respirando, inicie a manobra de reanimação, só devendo parar quando o socorro
chegar.
E como fazer a manobra de
reanimação?
Coloque a pessoa sobre uma
superfície rígida; ajoelhe-se de forma firme ao lado do corpo; entrelace os
dedos das suas mãos e posicione sobre o tórax da vítima, na região entre os
mamilos. Pressione contra o tórax da pessoa, com o peso de seu corpo somente. Importante
não fazer força demais, use somente o próprio peso do seu corpo! A manobra de
compressão deverá ser feita entre 100 e 120 repetições por minuto. Se
necessário, revezar com alguém, mas não pare até o socorro chegar.
A prevenção é sempre a
melhor forma de evitar problemas!
Existem diversas formas de
prevenirmos estes acontecimentos, que podem ocorrer tanto em praias à beira
mar, como em córregos, rios, lagos, piscinas e até mesmo em banheiras.
A partir de agora, será
exposto as principais orientações para cada um dos ambientes, conforme
orientações do Corpo de Bombeiros, abaixo:
Nas praias: nunca deixe
crianças sem a supervisão de um adulto; não utilize boias infláveis, estas
podem furar; não fazer uso de bebidas alcoólicas ou drogas, antes de entrar nas
águas.
Em piscinas: nunca deixe
brinquedos no entorno das piscinas, eles ajudam a atrair crianças que podem
cair; a piscina deve ser cercada totalmente, tendo um portão para acesso.
No banho: nunca deixe bebê
desacompanhado durante o banho, mantenha sempre a atenção até o término. Um
dado importante é que 25% dos afogamentos de crianças ocorrem por quedas em
baldes, vasos sanitários, caixas de reserva de água ou outros objetos que
guardem volumes de água.
Em cachoeiras e rios: não
entre em locais onde haja corredeiras e caso esteja em barcos ou outros meios
de transporte aquático, use sempre o colete salva-vidas. Em rios sem
corredeiras, nunca deixe que a água ultrapasse a altura dos joelhos, nesses
locais a profundidade pode se alterar bruscamente. Em represas, tenha atenção
com a vegetação no fundo, para que seu corpo não fique enroscado.
O que fazer em caso de ver
alguém se afogando?
Chame imediatamente o Corpo
de Bombeiros e não tente entrar e salvar a pessoa. É muito perigoso! Tente
jogar algo para que a vítima possa se agarrar e ser puxada para fora com
segurança ou possa ajudá-la a boiar.
Dicas de ouro para sua
segurança!
O verão é uma época do ano
em que tanto os adultos, quanto as crianças buscam diversões ligadas à água,
portanto seguir as dicas abaixo podem fazer com que essas férias fiquem
marcadas somente por boas recordações. Veja!
Para aproveitar as águas
com segurança:
Nunca confie em boias
infláveis;
Evite locais onde hajam
pedras;
Procure sempre locais
sinalizados e de preferência onde haja a presença de guarda-vidas;
Combinação álcool x água,
nem pensar;
Não faça refeições pesadas
antes de entrar na água;
Identificar as crianças com
pulseiras com dados como: nome e telefone (essas pulseiras em São Paulo podem
ser encontradas com os guarda-vidas);
Lembre-se de se proteger do
sol. Casos de insolação são encontrados principalmente entre as crianças.
Respeite seus limites e
evite riscos desnecessários;
Caso você esteja nadando e
não der mais pé, não entre em pânico. Nade lateralmente e busque pedir ajuda.
Tente boiar, se conseguir.
Se for mergulhar, procure
conhecer o local, profundidade, se há correntes submersas, pedras, como em rios
e cachoeiras;
Evite nadar ou brincar
próximo às embarcações.
Lembrando sempre o ditado:
Água no umbigo, sinal de perigo!!
Fonte: Seção de Educação
Pública do Corpo de Bombeiros de São Paulo.
Postar um comentário