Arquitetura promete sustentabilidade, conforto e praticidade
Tendências arquitetônicas já ganham força e deverão ser destaque também no pós-pandemia
Para Diego Alvarenga, professor do Centro Universitário Una em Uberlândia que faz parte da Ânima Educação, o futuro da arquitetura promete transformações, com praticidade e aconchego guiando os projetos. “As tendências arquitetônicas pós-pandemia serão ditadas pelas novas necessidades das pessoas. Passando mais tempo em casa, percebemos o que realmente precisamos, identificamos o que não é prático e o que sentimos falta. Além disso, as pessoas estão buscando ambientes mais acolhedores e agradáveis, assim a questão do conforto ganha muita importância”, ressalta ele.
Ainda segundo o especialista, o mercado já vem se preparando e apresentando transformações nesse setor. Diego listou algumas das principais tendências da arquitetura hoje e para o futuro, confira:
- Mais atenção com a higiene
Segundo o professor, esta é uma das tendências mais fortes e deve ser adotada em todos os tipos de construção: casa, apartamentos, empresas e mais. A necessidade de higienização das mãos, roupas, sapatos e compras, garantirá um espaço destinado a esse tipo de limpeza nos novos projetos. “Não é preciso um local grande ou sofisticado, apenas apropriado para limpar as mãos e embalagens. Além disso, é interessante um lugar específico para guardar os sapatos e roupas usados, de forma separada, para não levar sujeiras e bactérias para a residência”, explica ele. Para os prédios, a tendência é que os novos apartamentos ou salas comerciais tenham halls de entrada específicos para limpeza e higienização. A atenção reforçada com a higiene também refletirá nas escolhas de materiais. “Já percebemos a preocupação com as superfícies, que tendem a ser mais lisas, fáceis de limpar e que seja possível perceber se estão limpas ou não”, pontua o especialista.
- Novos modelos de trabalho influenciam
Muitas empresas já anunciaram que o home office será adotado definitivamente. Para o professor, as adaptações de última hora que muitas pessoas fizeram para trabalhar em casa passarão por mudanças definitivas. De acordo com Diego, o mercado imobiliário já vem disponibilizando imóveis com lugares adequados para as pessoas trabalharem. Além disso, readaptações dos ambientes poderão ser feitas. “Se a pessoa tiver um cômodo que não é utilizado, ele poderá ser usado como um escritório, mas caso essa não seja a realidade, é possível repensar o uso dos espaços como salas e quartos para se tornarem um local de trabalho que tenha privacidade e comodidade”, detalha Diego. Para isso, o professor indica o uso de biombos, uma tendência econômica e prática, que podem ser feitos de diversos materiais.
- Prédios e condomínios também terão mudanças
No caso de prédios e condomínios, as transformações são pensadas no coletivo . “A tendência é que os prédios ou condomínios passem a adotar áreas destinadas exclusivamente ao recebimento de encomendas no geral, isso inclui deliverys de comida”. Além disso, Diego explica que em relação ao home office, a criação de espaços de coworking nos condomínios passará a ter mais importância. “Isto é algo que construtoras já têm considerado nos últimos projetos, mas com a inevitável adaptação na forma de trabalhar, esses espaços serão ainda mais importantes para que os moradores tenham um local apropriado, caso não seja possível em seus apartamentos ”.
- Mais luz, verde e ventilação
Uma das principais reclamações que surgiram nos últimos meses foram de ambientes abafados e sem luz solar. Por isso, o professor explica que elementos como luz, verde e ventilação receberão mais destaque nos projetos arquitetônicos. “Muitas pessoas reclamam de uma sensação de claustrofobia em suas casas. Isso pode ser resolvido com o uso de jardins verticais, vasos de plantas espalhados, que trazem a sensação de relaxamento e conforto”. Além disso, segundo Diego, o uso da chamada ventilação cruzada é uma tendência e pode ajudar a aliviar essa sensação de aperto. "Básicamente são aberturas de janelas ou portas em paredes opostas, aumentando a circulação de ar e ajudando a regular a temperatura”, explica o especialista. Em relação à luz solar, o professor diz que é necessário um estudo adequado da região para determinar as áreas da residência que receberão incidência solar, evitando qualquer desconforto térmico. Entretanto, os espaços de lazer que recebem a luz do sol, principalmente pela manhã, serão mais valorizados nos projetos arquitetônicos.
- Sustentabilidade em alta
Com o consumidor se preocupando cada vez mais com o meio ambiente, a arquitetura também está se reinventando para atender esta importante demanda. Diego explica que a questão da sustentabilidade em um projeto pode ser percebida de diversas formas e cita alguns exemplos. “A tendência é que os consumidores procurarão cada vez mais por materiais sustentáveis e reutilizarão itens da própria reforma ou construção, o que mostra responsabilidade com o meio ambiente e, é uma ótima forma de economizar”. O arquiteto chama a atenção para outro ponto. “As pessoas estão procurando não apenas por materiais sustentáveis, mas também por empresas que tenham a preservação socioambiental como um compromisso. Então é interessante para o profissional também se atentar a essas novas práticas”, alerta.
- Cozinhas e áreas compartilhadas
As cozinhas passam a ter mais espaço e voltam a ser um dos cômodos com maior destaque na casa. Além do home office, a necessidade do isolamento social fez com que as pessoas fizessem mais refeições em casa, o que tornou-se um incentivo para que passem mais tempo na cozinha. Desta forma, o arquiteto acredita que esses espaços precisarão ser ainda mais amplos, iluminados e ventilados.
O professor chama a atenção para o novo olhar que os arquitetos precisarão ter. “Vivemos em uma dicotomia, pois temos espaços cada vez mais integrados, mas o arquiteto agora tem a função de manter a integração dos ambientes e encontrar espaços adequados para as novas necessidades”, destaca. Para os profissionais, o professor dá outras dicas que estimulam a empregabilidade e a empresabilidade, pilares da Una, que neste ano completa 60 anos, e garantem um conhecimento diferencial no mercado de trabalho. “Ouça o seu cliente. O que podemos afirmar é que as novas tendências servirão para nos deixar ainda mais atentos às necessidades, desejos e condições dos moradores da casa, focando sempre em realizar um projeto exclusivo e também que se encaixe na realidade de cada um”, reforça. Diego termina salientando que é importante se manter antenado às novidades e lembrar sempre da responsabilidade do arquiteto em pensar em espaços confortáveis, sustentáveis e realistas para o futuro.
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