Foto: Marcio Rogerio Renzo
O dia 1º de dezembro é dedicado ao “dia
mundial de luta contra a AIDS”, onde os cuidados dedicados a pacientes
portadores da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) devem ser
intensificados. Mas você sabe o que é esta doença?
A AIDS foi diagnosticada no início da década
de 80 em San Francisco, nos Estados Unidos da América em um grupo específico
formado por pessoas do sexo masculino, homossexuais. Tais pacientes apresentavam
as mesmas características: “Sarcoma de Kaposi” (doença que provoca lesões na
pele, nos órgãos internos, gânglios e nas membranas de mucosas que revestem a
boca, nariz e garganta), pneumonia e deficiência do sistema imunológico. Essas
características, hoje, estão relacionadas diretamente ao portador do HIV (Vírus
da Imunodeficiência Humana).
Esta doença é do conhecimento científico e
da população há, aproximadamente, quarenta anos. Sua transmissão se dá através
de várias formas: pelo ato sexual desprotegido, pelo contato sanguíneo (por
acidente ou pela utilização de objetos perfurocortantes - por exemplo o
compartilhamento de seringas). Até o final de 2019, cerca de 38 milhões de
pessoas conviviam com o vírus no mundo, sendo que cerca de 80% dessas pessoas
sabiam de sua condição relacionada à doença. Cerca de 7 milhões de pessoas não
sabiam da sua condição de doentes. Apesar de ter havido uma redução de 39% na
mortalidade da doença desde 2010, somente em 2019, cerca de 690 mil pessoas
morreram de doenças relacionadas à AIDS.
A AIDS notadamente atinge a três sistemas
importantes em nosso organismo: o sistema respiratório, o sistema nervoso, o
trato gastrintestinal e o sistema musculoesquelético.
Os principais problemas detectados no sistema
respiratório são: a pneumonia e a tuberculose. No sistema nervoso são
observadas alterações relacionadas ao próprio vírus; de infecções oportunistas
ou do linfoma; de efeitos do uso dos antirretrovirais; neuropatias periféricas
e da medula espinhal. Outras duas infecções provocadas pelos protozoários da
toxoplasmose e do citomegalovírus também afetam esse sistema.
No sistema musculoesquelético, o vírus causa
fraqueza muscular, inflamações nas articulações, dessa forma causando
comprometimentos musculares, do equilíbrio, desta forma atingindo diretamente a
qualidade de vida do paciente, através das limitações funcionais.
E COMO A FISIOTERAPIA PODE
AJUDAR?
O fisioterapeuta pode ajudar a esses
pacientes avaliando e estabelecendo condutas com a finalidade de minimizar os
efeitos da doença, primando pela manutenção dos sistemas atingidos
principalmente além de buscar estabelecer para indivíduo, a melhor qualidade de
vida possível.
É importante esclarecer que o tratamento para
este paciente, no meio hospitalar como no ambulatorial, deve ser assistido por
uma equipe multidisciplinar, a fim de otimizar as condutas e proporcionar um
melhor tratamento ao paciente.
Na área motora o fisioterapeuta buscará a
manutenção da força e da resistência muscular, além de buscar que o paciente
mantenha a amplitude dos movimentos. A facilitação a inibição neuromuscular,
mobilizações, posicionamentos e mesmo imobilizações, se necessário, para ajudar
na manutenção do tônus muscular são objetivos buscado pelo profissional em
fisioterapia.
A fisioterapia respiratória é uma
especialidade deste profissional que é de suma importância ao tratamento, uma
vez que o sistema respiratório, devido às patologias oportunistas que acometem
os pulmões, perde capacidade ventilatória, eficiência na troca gasosa e muitas
vezes, são necessárias técnicas de aporte ventilatório não invasivo ou invasivo
para que o indivíduo não sofra devido à sua debilidade.
É importante também destacar as técnicas
utilizadas para a higiene brônquica, pois a debilidade dos pulmões associado ao
longo tempo acamado, acaba por facilitar o acúmulo de secreções, sendo uma
porta aberta para outras infecções. Com isso é proporcionado ao paciente que
ele tenha uma melhor qualidade na sua respiração.
Para finalizar, a AIDS é um caso de saúde
pública mundial, pois a UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
AIDS/HIV) estima que serão gastos em 2020 cerca de 26,2 bilhões de dólares para
a resposta à AIDS.
Procure um profissional habilitado e tire
suas dúvidas. Lembrando, a prevenção é sempre melhor que o tratamento!
Instagram: @marcior.renzo
Facebook: @marciorogerio.renzo @dr.marciorenzo
Email: marcior.renzo@gmail.com
Fontes:
- UNAIDS/Estatísticas –
acessado em 01DEZ2020, às 16h10.
- A Fisioterapia no
Contexto do HIV/AIDS- A terapia física no contexto do HIV/AIDS. Fisioter.
Mov.2008 out/dez; 21(4): 11-18.
- AIDS e Infecção pelo HIV
no Brasil: Uma Epidemia Multifacetada. Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical 34(2): 207-217 mar-abr, 2000.
Postar um comentário