CANCER DE PRÓSTATA – COMO A FISIOTERAPIA PODE AJUDAR

 

                                              Foto: divulgação/ Dr.  Marcio Rogerio Renzo
 

No mês de novembro é dedicado à atenção nos cuidados e prevenção ao câncer de próstata, este que, segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer – afetou só em 2020 cerca de 65.840 homens, o que corresponde a 29,2 % de todas as neoplasias. Além de representar um valor significativo do total de casos, apresentou só no ano de 2018 15.576 óbitos, o correspondente a 13,9 % do total de óbitos em decorrência de neoplasias. Esse tipo de neoplasia é o segundo em incidência nos homens, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma. Outro fato importante é que sua incidência é maior nos países desenvolvidos se comparado aos países em desenvolvimento.

O câncer de próstata geralmente é mais comum em homens acima dos 40 anos de idade, sendo que as alterações patológicas desta glândula aparecem em torno dos 50 anos. As principais doenças que as afetam é a hiperplasia benigna e a maligna, essa conhecida como Câncer de Próstata. A Hiperplasia Benigna afeta causando um crescimento e espessamento dos tecidos da glândula, desta forma ao atingir um grande volume acabam por comprimir a uretra e impedir a passagem da urina, tornando a micção dolorosa ou difícil e em casos mais exacerbados causando o impedimento da passagem, causando a retenção urinária.

A Hiperplasia Maligna ou Adenocarcinoma de Próstata faz com que a glândula tenha alterações em sua forma, tamanho ou textura, além de apresentar células neoplásicas. Se tratadas em fase inicial há grande possibilidade de cura, caso contrário, as metástases podem se espalhar por todo o corpo. Os locais mais prováveis para se desenvolverem são os linfonodos e ossos, com menor intensidade para o fígado e outros órgãos.

Como toda as doenças a melhor forma de combate é a prevenção. Para tanto devemos estar atentos aos fatores de risco, que são: a idade, principalmente a partir dos 50 anos; histórico familiar antes dos 60 anos de idade, esta situação aumenta a probabilidade de 3 a 10 vezes; obesidade e exposição a alguns componentes químicos que estão presentes, infelizmente, em nosso dia-a-dia de forma mais predominante nas grandes cidades, como os derivados de benzenos, fuligem, produtos de petróleo, arsênio (presente em alguns agrotóxicos e alguns conservantes de madeira) e dioxinas, utilizados largamente na produção de papeis papéis branqueados e absorventes internos.

Os principais sinais e sintomas apresentados são: a necessidade de urinar por mais vezes; a demora para começar a urinar; a dor e a dificuldade ao urinar e pôr fim a interrupção total da urina, que provocará o inchaço da região da bexiga, podendo levar ao refluxo da urina aos rins, causando infecção generalizada e/ou insuficiência renal. Podemos também destacar que, nos casos avançados, podem levar a dor óssea.

As principais formas de diagnósticos médicos se dão pela Dosagem do PSA (exame de sangue que verifica a quantidade do antígeno prostático específico) e através do Toque Retal (onde é verificado a presença de nódulos ou tecidos endurecidos). É importante esclarecer que tais exames não apresentam 100% de precisão. Esta precisão só é atingida por meio de biópsia.

As formas de tratamento para os tipos de hiperplasias vão desde a utilização de medicamentos, terapia hormonal, passando por tratamentos radioterápicos, até a técnicas cirúrgicas para a ressecção parcial ou total da glândula.

E como a fisioterapia atual nestes casos?

Bem, primeiramente, temos que esclarecer quais as implicações que os tratamentos trazem aos pacientes que são: a incontinência urinária e a disfunção erétil.

Na incontinência urinária o paciente passa a ter perda de urina ou por alterações na bexiga, que não consegue armazenar a urina e a qualquer pressão ou contração involuntária deixa a urina escapar. A outra forma, é pelo déficit esfincteriano, que quando a pressão no abdômen é aumentada há a perda de urina, a chamada incontinência de esforço.

A disfunção erétil surge pelo comprometimento nervoso local, devido ao tratamento. O retorno da ereção, sem o uso de medicação, pode variar de três meses a até um ano. A variação depende muito da idade e do tipo de tratamento utilizado, desta forma, quanto mais jovem o paciente mais rápida será a possibilidade de recuperação da ereção.

A atuação do fisioterapeuta será desenvolvida logo após ao tratamento médico. É de suma importância que o profissional observe a o mecanismo patológico, a extensão do comprometimento e o tempo pós-operatório. É muito importante que o paciente seja orientado sobre como será desenvolvido o tratamento da área afetada, como funciona o sistema muscular do assoalho pélvico, sua posição.

O tratamento fisioterápico deve ser iniciado o quanto antes, como anteriormente citado, pois acelera a continência urinária. A fisioterapia lançará mãos de técnicas de cinesioterapia, biofeedback e eletroterapia. Através da cinesioterapia será trabalhado, de forma ativa, a musculatura do assoalho pélvico, com o intuito aumentar a eficácia da ação do esfíncter externo da uretra, que suportará o aumento da pressão intra-abdominal, evitando o escape da urina.

O Biofeedback também trabalhará a musculatura do assoalho pélvico, a fim de fortalecê-la e treiná-la, aumentando a resistência e a coordenação, para a regulação do controle urinário. Essa técnica, que utiliza um eletrodo intrarretal, mostra ao fisioterapeuta a proporção da contração e do relaxamento muscular do paciente, de forma individualizada, além de ser capaz de identificar fenômenos fisiológicos ou fisiopatológicos relacionado às disfunções musculares.

Por fim, não menos importante, a Eletroterapia agirá na estimulação muscular, porém de forma passiva, da musculatura do assoalho pélvico, desta forma fortalecendo e dando tônus muscular. A prática é feita através de eletrodos que podem ser intrarretal ou transcutâneo.

Podemos concluir que, assim como nas demais doenças, trabalhar na prevenção é sempre a melhor atitude. Esteja atento a mudanças no seu corpo!

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Fonte:

  • MS / INCA / Estimativa de Câncer no Brasil, 2020
  • MS / INCA / Coordenação de Prevenção e Vigilância / Divisão de Vigilância e Análise de Situação
  • MS / SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade, 2020
  • MS / INCA / Coordenação de Prevenção e Vigilância / Divisão de Vigilância e Análise de Situação, 2020

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