No mês de outubro é dedicado à atenção nos
cuidados e prevenção ao câncer de mama, este que, segundo o INCA – Instituto
Nacional de Câncer – afetou só em 2020 cerca de 66.280 mulheres, o que
corresponde a 29,7 % de todas as neoplasias. Além de representar um valor significativo do
total de casos, apresentou só no ano de 2018 17.572 óbitos, o correspondente a
16,4 % do total de óbitos em decorrência de neoplasias.
É importante salientar que o câncer de mama
não afeta apenas mulheres, cerca de 1% do total de casos é masculino. A cada
100 mulheres diagnosticadas com este tipo de neoplasia 1 homem é afetado.
O fisioterapeuta é um profissional
importante pois age nas três fases da patologia, ou seja: na prevenção, no
pré-cirúrgico e no pós-cirúrgico.
Na fase preventiva, o fisioterapeuta
trabalha a orientação, quais são a adoção de hábitos saudáveis, que varia desde
a utilização de uma dieta saudável, a prática de exercícios físicos, a
tentativa de minimizar fatores estressores de nossa vida diária, diminuição e
interrupção do uso do tabaco, a redução ou abstenção de uso de bebidas
alcoólicas. Uma das orientações de maior importância sem dúvida é o
desenvolvimento do hábito do autoexame mamário, não com o intuito de
diagnóstico, mas sim como autoconhecimento do corpo e sim, em caso de
alterações, procurar o atendimento ambulatorial mais próximo com a finalidade
de buscar um diagnóstico através de profissionais capacitados.
O
Ministério da Saúde, através da Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de
Mama no Brasil, preconiza que a faixa etária para ser submetida a exame de
rastreamento com mamografia seja entre os 50 a 69 anos, a cada dois anos, pois
a mamografia é contra indicada abaixo dessa faixa etária. Os riscos oferecidos
pelo exame de mamografia só superam os benefícios nessa faixa. Como riscos
desse exame em mulheres abaixo dos 50 anos são: grande números de
falso-negativos e de falsos-positivos, devido às características anatômicas
dessa faixa etária; exposição desnecessária à radiação; identificação de
cânceres indolentes (que não ameaçariam a vida da mulher e acaba sendo tratado)
o que coloca esta mulher na condição de desenvolver danos relacionados e aos
riscos do tratamento radioativo e/ou quimioterápico.
É importante que todos esses apontamentos
sejam discutidos entre as pacientes e seus médicos, a fim de que a paciente
possa exercer seu direito à autonomia sobre o tratamento e ajude seu médico na
tomada de decisões.
O tratamento cirúrgico para o câncer de
mama, dependendo do seu grau de gravidade pode variar da extração de um nódulo
ou até mesmo da retirada total da mama, que poderá afetar toda a cadeia de
linfonodos próxima à essa região. Desta forma, a paciente poderá vir a
apresentar linfedemas, desconfortos respiratórios, perda ou diminuição da
capacidade funcional do membro superior do mesmo lado da mama retirada. Além
dos fatores cirúrgicos, o tratamento coadjuvante, como a radioterapia e a
quimioterapia, pode comprometer ainda mais esse processo. A fisioterapia
intervém nesse processo preparando a região a ser submetida à cirurgia, através
de ganho de massa muscular, expansão torácica e fortalecimento do membro
superior do mesmo lado da mama a ser retirada, com a finalidade de minimizar as
perdas funcionais. Outra ação muito importante é que com o processo cirúrgico
na região, a paciente pode apresentar redução da capacidade respiratória,
causando um desconforto ao paciente, desta forma a fisioterapia trabalha no
aumento dessa capacidade, minimizando as perdas e as possíveis complicações
decorrentes.
No pós-cirúrgico, a fisioterapia vai agir
em todas as sequelas geradas pelo processo cirúrgico, ou seja: no surgimento de
linfedema na região do membro superior, na redução ou perda da mobilidade, na
dessensibilização da área, na perda de força muscular, nas redução da
capacidade ventilatória e principalmente ajudar na recuperação psicológica
dessa paciente mastectomizada.
Desta forma, o fisioterapeuta lançará mãos
de diversos tipos de exercícios de alongamentos de membros superiores e região
torácica, pompages, exercícios passivos, ativos e resistidos para ganho de
força muscular de membros superiores, exercícios para aumento da capacidade
ventilatória, mobilização cicatricial com a finalidade de redução de aderências
das fáscias e melhora da formação cicatricial.
É muito importante que a mulher crie o
hábito de conhecer seu corpo e ao sinal de qualquer alteração procure ajuda
profissional.
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Fonte:
• MS / INCA / Estimativa de Câncer no Brasil,
2020
• MS / INCA / Coordenação
de Prevenção e Vigilância / Divisão de Vigilância e Análise de Situação
• MS /
SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade, 2020
• MS / INCA / Coordenação de Prevenção e Vigilância
/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação, 2020
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